Album: Rio Grande BrasileiroAmansando AporreadoQuando um gaúcho é ginete
Jamais escolhe aporreado
Se o ventena for baldoso
Ligeiro e mal domado
Alço a perna de vereda
E cutuco ele de espora
Saímos cortando grama
Num grito de bamo embora.
Vida xucra de ginete
No lombo desses teatinos
Sempre amansando aporreado
Desafiando o meu destino
Nas estâncias do Rio Grande
Desde os tempos de menino.
De corcóvio não me assusto
De pala não me atrapalho
Vou batendo dos dois lados
E o mango velho em frangalhos
Entre manotaço e berro
Saio cortando fronteiras
Derrubando aramados
Escancarando porteiras.
Deus me deu o xucro ofício
De andar amansando potro
Assim vou levando a vida
Se solto um, pego outro
bagual que eu levo ao palanque
Deixo mansinho de arreio
Por mais velhaco e tinhoso
Eu largo mascando freio.