Album: RaimundosBê A BáEsse é o Bê a Bá que eu aprendi lá no sertão, enchendo a cara de cana e a barriga de pão para um melhor resultado eu dei um trato nos pulmão e se o cabra for safado a culpa é do lampião.
Eu já conheço as pistoleiras e cansei de mulher rampeira a única que não me cansa é a tal de Maria Tonteira por ela eu como vidro, subo a nado cachoeira se ela vier prensada apertada é mais maneira.
“Cala a boca abestado, deixa de falar besteira solução de emaconhado é tapar o sol com a peneira e quando tu tiver crescido e seu pinto tiver comprido, a vida lhe será cruel mostrando todas as faces e amargando como fel”
obrigado, sim senhor, por se mostrar preocupado, só que essa conversa velha é coisa de bebum safado que num tem nada na vida e com essa língua comprida só quer atrasar o meu lado. E pra completar a história eu vou chamar um cheira-fundo, o nariz é de batata e a fama é de vagabundo, ele acredita em besta-fera e também no fim do mundo pra vocês eu apresento: Raimundo.
“O meu nome é Raimundo e comigo não tem vêiz, se vocês arengarem comigo eu vou lá e mato vocês, porque eu não penso duas vêiz só conto até três se tu quer saber o que eu faço fale tudo que tu fez, falo da vida nordestina porque a Mote Severina é sempre o mesmo negócio, se eu posso logo faço só não faço quando não posso, menina se eu te pego eu não respeito nem os ossos e se perguntarem quem me viu...”